O médico por trabalhar com a vida sempre está sujeito às acusações perante suas ações e omissões. No seu dia-a dia, além de lidar com o emocional do paciente e dos seus familiares , depara-se com a falta de um ambiente laboral adequado para realizar a boa prática médica. Diversos são os fatores para que surjam obstáculos na relação médico- paciente, dentre eles, destaco a de maior relevância: a falta de uma comunicação eficiente, pois sem ela, vemos que o paciente faz uma confusão e se sente insatisfeito com o atendimento , passando a culpar este profissional pela existência de seu problema de saúde e até mesmo pelo insucesso no tratamento proposto.
É crescente a judicialização da medicina, sendo esta um fenômeno de entrega ao poder judiciário tendo a resolutividade de conflitos, advindos da relação médico- paciente. Desse modo, se tornou comum o médico ter processos judiciais na justiça comum. Lembramos que, a medicina é uma atividade meio e não fim, o médico não pode dar garantia de resultado ( cura) , criando expectativa no paciente. A responsabilidade no sentido médico/ moral significa agir com responsabilidade e no sentido jurídico dever de indenizar. No Código de Ética Médica, capítulo III é exposto os artigos que tratam sobre a responsabilidade profissional médica levando em consideração : a conduta, nexo, dano e culpa para atribuir à má prática médica.
Por ser uma relação assimétrica onde o médico detém o conhecimento ( informação) e também a palavra final sobre o procedimento, o paciente se depara em desvantagem e para sanar essa situação é de extrema importância: preservar a dignidade da pessoa humana, a empatia, a comunicação eficaz e o laço de confiança. O médico tem que saber escutar e explicar da melhor forma possível com base em informações claras, simples e objetivas para se chegar ao melhor tratamento juntamente com o paciente evitando dessa forma as demandas judiciais.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Nesta frase emblemática do livro Le Petit Prince ( O pequeno Príncipe) de Antoine De Saint- Exupéry , publicado em 1943 , vemos a responsabilidade pelo outro, o afeto nutrido que serve tanto para o bem quanto para o mal: se você gera sentimentos bons, é encarregado por aquilo que emana, se gera sentimentos maus, também deve ser culpabilizado. É importante ressaltar que esta dualidade ( bem x mal) faz referência a dois princípios da Bioética: a Beneficência( fazer o bem) e Maleficência ( não causar dano) tão importantes para o conduta profissional do médico.
A medicina do eixo ético- humanístico tem como norte: a empatia, a pessoalidade, a comunicação, o compartilhamento de informações com o paciente sendo partícipe desse encontro. As pessoas não são processos e muito menos corpos. Elas são histórias de vidas, trazem consigo sua individualidade e querem ser valorizadas. Os médicos são profissionais essenciais na sociedade, quanta doação, entrega e amor ao próximo, merecem respeito , pois lidam com o maior bem que é: a vida humana. O diálogo é a solução para se criar um laço forte e manter um relação harmoniosa. Pois, na responsabilidade civil Médica : o médico se torna eternamente ( constatemente) responsável pelo paciente de cativas.